17 de fev. de 2022

Meu relato de parto | Chegada do meu primeiro filho...

  Desde quando descobri minha gestação já sabia que queria o parto normal, sempre foi o meu desejo. Então fui seguindo todas as consultas do pré-natal certinho, descobri que meu sangue é O- e tive que fazer alguns exames extras pois quando a mãe tem o fator Rh negativo e o pai positivo o bebê tem grande chance de vir positivo como o pai, e isso é bem preocupante pois  o corpo da mãe por não ter a mesma composição enxerga o feto como um corpo estranho e tenta eliminá-lo. A grande chance de não conseguir gerar é muito grande.

 Aos 8 meses de gestação descobri uma infecção de urina que tirou meu sono e me fez ficar um pouco preocupada, tive que tomar cuidados a mais na gestação, remédios e pomadas durante algumas semanas e logo na reta final isso. 

 Minha data prevista era 26 de janeiro de 2019, mas poderia ser uma semana antes ou depois dessa data. Então eu fiquei em alerta, já tinha deixado tudo programado para a chegada dele e estava entrando em 39 semanas de gestação, nessa semana tinha feito a última ultra porque a médica do pré-natal disse que ele estava com 3 voltas do cordão em volta do pescoço, e era algo preocupante, fiquei bem mais preocupada ainda. Parecia que essas últimas semanas tinham vindo pra tirar meu sossego. Passei a gravidez toda muito tranquila, sem contração de treinamentos, sem muito enjoos nem nada, os enjoos vieram no final da gravidez também, comia de tudo e meu maior desejo na gestação foi beber suco de manga, todo dia eu estava bebendo kkkk.

 Quando chegou no dia 20 de janeiro comecei a sentir uma dorzinha entre as pernas, uma pressão bem enjoada e muito diferente pra mim, tanto que eu nem sabia explicar. Mas segui naquele dia tranquila matando minha vontade de suco de manga kkkk. Esses últimos dias eu estava com os pés muito inchados, o corpo retendo muito liquido, não consegui ficar muito tempo em pé e nem deitada, minha barriga estava quase explodindo de tão grande. A costela era o que mais doía, parecia que o bebê estava agarrado no meu osso. Era uma sensação de muito cansaço, e eu não sabia o dia que iria chegar ao fim, todos os dias eu acordava com medo de ser o dia de ir ao hospital. Minha barriga estava começando a descer e na virada do dia 20 teve a virada de lua, a lua ficou cheia e no dia 21 de janeiro minha bolsa estourou em casa, foi uma sensação engraçada porque não senti dor minha bolsa rompeu junto com o tampão. Na hora que eu estava me preparando para dormir as 00:00 e eu fui e peguei minhas coisas e fui direto pra maternidade. Às 01:26 da manhã eu fiquei internada no Hospital Municipal Rocha Faria, fiquei vazando muito liquido até a hora da internação.

 Fui sendo examinada pelas médicas, levei o toque e estava com 1 de dilatação e recebi a noticia que meu trabalho de parto ia se iniciar prematuro, pois a bolsa rompeu antes do tempo do bebê, e eu ia entrar na indução do parto. Coloquei a roupa do hospital e fui pra sala de preparação e na hora do Exame Cardiotoco as contrações começaram a vir bem leves e alí a fixa caiu de que eu ia dar a luz e eu só sabia chorar, estava sozinha nesse momento e pra mim essa parte foi muito triste, meu emocional começou a falar mais alto.

 Quando foi por volta de 03:00 da manhã fui pro quarto esperar as enfermeiras cuidarem de mim, e alí minha mãe entrou como minha acompanhante e tentei dormir e relaxar mais na consegui de tanto nervoso, minhas contrações vieram mais intensas às 06:00 da manhã vindo de 4 em 4 minutos sem muito intervalo, a dor estava insuportável de forma que eu não consegui mais ficar em nenhuma posição. As enfermeiras só foram me examinar às 08:00 na troca de plantão e o remédio de indução eu não recebi e a minha dilatação não aumentava e as dores eram demais. Até que por volta das 09:00 quando eu não estava mais aguentando de dor um médico me examinou e viu que a minha dilatação estava 7, e me mandou pra sala de parto. Alí eu dei graças a Deus pois imaginei que seria mais rápido.

 Chegando na sala de parto as enfermeiras daquele setor me ajudaram demais, fui para o chuveiro, bola, dancei, fiz agachamento e a dilatação chegou a total, mas nem sinal do bebê querer vir, eu estava sangrando muito. Por volta de 12:00 eu com fome estava em dieta do liquido sem forças, a boca seca, não aguentava mais de tanta dor, fazendo força pro bebê sair e nada de evolução. Nesse momento eu pensei que meu filho ia partir, não me senti forte pra trazer ele ao mundo. Mesmo eu querendo o parto normal senti alí que meu parto poderia ter progredido para uma Cesária, mas isso não me foi proposto. Chegou um certo momento que eu parei de sentir contrações e desmaiei de fraqueza, comecei a clamar a Deus porque eu não me via saindo daquele lugar com vida. E minha mãe que estava como acompanhante começou a ficar desesperada e as enfermeiras começaram a se mobilizar e a me ajudar e me dar atenção, recebi remédio na veia e fui voltando aos poucos. Quando então a enfermeira fez o procedimento pra ver o coração do bebê e só ouvi ela falar, "Ela precisa de um médico aqui!"

 Minhas contrações voltaram com tudo, e começou a chegar gente no meu quarto às 16:00, no total eu vi umas 5 pessoas. E eu estava acompanhada de 2 médicos, um deles era um homem e ele disse eu cheguei pra te ajudar! Esse médico foi o mesmo que foi me visitar no quarto as 09:00 da manhã quando ninguém foi me examinar. Eles começaram a me dar todo apoio, a médica me ajudou na hora de mandar forças pro lugar certo, eu estava fazendo força errada todo esse momento e ninguém tinha me orientado. O bebê nada de descer, eu sentia que não tinha mais liquido na barriga, o bebê não se mexia mais e a última solução do médico foi empurrar o bebê com o antebraço, manobra de kristeller, foi uma sensação horrível. Eu só sabia gritar de tanta dor, a médica falou não tem jeito vou ter que fazer um pique pro bebê sair, e ela fez a episiotomia, corte com costura na passagem do parto normal. E o Bernardo chegou pra mim, sem chorar, com tanto sofrimento ele foi colocado em meus braços às 17:24 do dia 21 de janeiro de 2019 com 3,365kg e 50cm. 



 Quando ele saiu de mim a dor foi junto, e a médica me deu uma anestesia e começou a fazer a costura no meu corte e que momento foi esse! Depois de todo processo do parto veio a pediatra e começou a cuidar dele e a sensação daquele momento foi muito inexplicável. A pessoa responsável pela limpeza entrou no quarto e organizando tudo, quando de repente o médico que me ajudou no parto voltou ao meu quarto e disse "Eu senti a presença de Deus aqui!" Isso pra mim mostrou o tanto que Deus sempre esteve comigo e nunca me abandonou, até as pessoas conseguiram sentir o cuidado dele comigo. Deus é perfeito. A minha gravidez foi solo, tudo que eu passei foi só eu e Deus e ele me deu forças pra passar por tudo isso e eu não tenho palavras pra descrever o quanto foi necessário pra mim. Depois do parto eu passei por outras fases que irei contar a vocês como foi em uma próxima postagem.




 Meu filho veio pra mudar a minha vida de vez! Tenho vídeo no canal contando todo esse relato de parto em detalhes pra vocês, passa pra conferir e se inscrever no canal. Um grande beijo a vocês e esse foi meu relato de parto pelo SUS, meu primeiro filho passando pelo parto normal.







por Jéssica Braga

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *